27 de junho de 2012

Não vou dizer que nunca olho para trás,estaria a mentir. Ás vezes relembro o que passou,o que vivemos e aí bate a saudade. Saudade de outros tempos,de outras vontades,de outras realidades. Nostalgia? Talvez. Tenho uma atracção inevitável pelo passado,gosto de reviver memórias e cultivá-las. Gosto de recriar certos momentos na minha cabeça,como se fossem um filme. Passo o dia a correr,ocupada com os afazeres mundanos da minha vida.Mas depois chega a noite..e ás vezes (só ás vezes) ponho esse filme a dar,só mais uma vez. Revejo todos os capítulos: dos mais felizes aos mais tristes. Dos que fazem rir aos que fazem chorar. Dos mais antigos aos mais recentes. Não costumo rever o ínicio,revejo o último ano com muito mais frequência. E quando o filme acaba adormeço feliz. Porque sei que fiz a escolha certa. Sei que agora vivo feliz,saudável,melhor. Sei que este é o meu lugar,o meu caminho e tu já não fazes parte dele. Saíste do meu filme e ambos recomeçámos outro,com outras pessoas que farão outras memórias para mais tarde recordar. Olhar para trás não magoa,desde que seja feito ocasionalmente. Se vivermos a olhar para trás corremos o risco de virar as costas ao presente. E acredita,o filme que está agora a passar é ainda mais bonito do que o que passou.

28 de março de 2012

Existem momentos,noites e palavras daquele tempo que ficaram guardados na minha memória. Cada segundo que na altura parecia não ter importância e já foi recordado com tristeza é agora recordado com saudade e conformação.Foi um tempo que passou,uma fase,um momento,mais um capítulo encerrado. E tu fizeste parte.

28 de fevereiro de 2012

Ler o que escrevi é como entrar numa máquina do tempo: regresso a um tempo e espaço diferentes. A pessoas e situações muito diferentes das que agora vivo. Achava impossível uma mudança tão grande acontecer do dia para a noite (e provavelmente é mesmo) mas é essa a impressão que tenho: sem notar,cresci. E quando olho para trás parece que ontem ainda vivia uma vida tão diferente da que vivo hoje...Os meus problemas eram outros,o meu tempo era passado de uma forma diferente e sobretudo com pessoas muito diferentes.E aconteceu tudo sem eu sequer dar por isso.Quando leio o que escrevi é como se entrasse noutra dimensão.Melhor,é como se estivesse naquele famoso conto de Charles Dickens: como se eu me pudesse observar a mim mesma e ao meu passado sem interferir no que se passou,mas tendo uma visão bem mais madura do que acabou por acontecer.É curioso.
Agora sinto-me protegida,aconchegada.Aqueces-me.Agora é tudo mais fácil,mais natural,mais simples,melhor.Agora se não é perfeito,está muito perto da perfeição.Perco-me todos os dias na ternura que és,que tens,que me dás.Que sinto por ti,para ti,em ti.E lembro-me todos os dias da primeira vez que falámos: do teu cabelo e da tua cara de bebé.Depois de todo este tempo,sempre.

23 de janeiro de 2011

Chega uma altura na tua vida em que olhas para trás com a satisfação de saberes que tudo aquilo não faz parte do presente,passou e ainda bem.Hoje tens quem cuide melhor de ti,cuidas melhor dos teus.porque agora sim,sabes quem são os verdadeiros.Sabes que amizades não são descartáveis,são raras e encontrar uma verdadeira é mais difícil do que se pensa.Cagas finalmente para quem não viu em ti o que realmente és,quem te mentiu e as traições de supostas 'amigas'. Porque esta crise não é senão de valores,a palavra 'amigo' banalizou-se e poucos são aqueles que realmente o são.É chato mas é assim,é a vida: poucos mas bons.Perdoas tudo: a inveja,as mentiras e até a conversa alheia mas se há algo que não perdoas é a traição.Tudo bem,uma traição de um homem dói mas de alguma forma já estás à espera que aquilo aconteça porque a maioria não presta.Mas uma traição de uma 'amiga' dói sempre mais.Porque ela era a última pessoa que esperavas que o fizesse e no entanto ela não pensou duas vezes antes de te trair.Ou se calhar até pensou,mas era só granda bitch e tinha os seus interesses em primeiro lugar.Enfim,o que importa depois é que vais crescendo com a infantilidade dos outros e tornas-te uma pessoa diferente,melhor.Cresceste e tornaste-te no que és agora,sabes quem são os teus e quem não mereceu ser.Porque é assim,é a vida: muito simplesmente há pessoas que valem a pena e outras não.

7 de janeiro de 2011

Ninguém disse que é fácil,que não dói ou mesmo que é rápido. Pelo contrário: é mais difícil do que alguma vez imaginámos, doí muito mais do que qualquer dor física e é um processo demasiado lento para parecer real. Pior,não existem sequer certezas de que alguma vez conseguiremos viver sem as suas cicatrizes. A única certeza que existe é a que o sentimento após nos libertarmos é cem vezes melhor do que aquele que sentíamos ao estar presos. Presos a uma relação, um sentimento, um amor que sempre nos fez muito mais mal que bem. É verdade que houve alturas em que nos sentimos felizes. Mas não será melhor uma felicidade completa e intemporal a uma efémera, seguida da imensa dor da desilusão? Não será preferível estar sempre feliz a viver numa incessante montanha russa de emoções? Não saberá muito melhor conhecer a tranquilidade a viver na incerteza? É isto que nos faz continuar. É isto que motiva uma pessoa a ter a coragem suficiente para erguer a cabeça e seguir em frente. É preciso chegar à conclusão de que não fomos feitos para aturar as incertezas dos outros, para ser o depósito emocional dos complexados. Decidimos não nos limitarmos a ser escravos emocionais de uma pessoa que do que quer sabe pouco mas do que gosta sabe muito. Sabemos que vamos passar um mau bocado mas temos consciência de como nos vamos sentir quando tudo for ultrapassado: completa,real e finalmente felizes. Porque aquilo não era,nunca foi felicidade. Era uma fantasia,um sonho que nunca aconteceu nem nunca poderia ter acontecido porque o sentimento partia só de uma das partes. E um 'amor' assim não vale a pena,só traz infelicidade. Porque um 'amor' assim nunca foi amor,foi só uma perda de tempo. E então,seguimos em frente. E se aparecer alguém aí sim,saberemos a diferença entre a perda de tempo e o amor.

2 de dezembro de 2010

Por vezes é melhor nem saber para onde caminhamos,apenas ter consciência de que o fazemos.Não paro,não reflicto,não penso no futuro e sobretudo,não penso no passado.quem nele vive e não pertence ao presente foi enterrado na minha mente,como quem sepulta um morto.Suponho que é isso que quem passou representa,morreram para mim.Não falo,não os vejo e não sei nada de novo deles.Deles só me restam as memórias.Não é isso que acontece com a morte? Eles desaparecem,nós fazemos um luto longo e doloroso...até que esquecemos e só nos lembramos dos bons momentos passados,sempre com a esperança de um dia os encontrar de novo.E assim se começa um novo capitulo.Não me arrependo se deixei alguém para trás.Comigo,só trouxe os verdadeiros.Não acredito em amizades com prazo de validade,pessoas que se afastam com o tempo e nunca se voltam a encontrar mas que ainda acreditam que se amavam verdadeiramente.O que é puro é eterno,não conhece tempo,distância ou rancor.Não se afasta por razão nenhuma,por amuos ou infantilidades.Se isso acontecer...é porque o amor não era suficientemente forte.Era um amor passageiro,efémero e demasiado leve que provavelmente seria abalado com o mais pequeno desentendimento.E,provavelmente,foi isso que aconteceu.